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Central
o ponto central do meu discurso é uma casa pegando fogo
e pegando fogo o incêndio
um pássaro de asa quebrada arrastando o corpo e,
em queda livre,
voando
o ponto central do meu discurso é um silêncio profundo
acorde arrebentado da música se escutando
o ponto central é a cegueira se observando
o tempo ruindo
comigo passando
e tudo ficando em mim
se amontoando...
Tempo Perdido
perco tempo
e sei que perco
e vivo assim
perdendo tempo
de mim
e sei que o tempo
do que perco
vive em mim
perdendo tempo
Inverno
inverno
ilusão a tua
frio eu sinto é por dentro
não supões que o vento, apressado,
bate contra meu esquecimento?
não vês que é do centro
que a estação desenha o dia?
aqui, onde não alcanças,
está o calor que não aprendes
e o gelo
que nem imaginas
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Maria Alice Rosa, ou Tuca, nasceu em Osório, Rio Grande do Sul, e escreve desde criança. Formada em jornalismo, passou a viver em São Paulo no começo dos anos 90. Trabalhou em redações de jornais como Gazeta Mercantil, Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, na revista Forbes e na Agência Estado, entre outros. Tem 46 anos e ainda não publicou seu livro.
postagem de gilson figueiredo
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