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Os Diamantes da fala
ou a morfologia do raro
Para Tatiane Muniz
Para dizê-la, digo:
- qualquer
palavra - célula, pneu ou garrafa
Digo: lilás, comer, azulejo ou por que
no dizê-la,
não voga a palavra,
mas o que nela se asa:
basta que a fala,
pele que se gasta
golfe
o que de si é capa, placenta ou casca
um sanêa-la de sua infecção ordinária
para dizê-la, basta que a palavra
respire o que nela se nega:
a contradicção, a rouquidão e
(da medula, osso ou miolo)
descarbone a fala rara
Para dizê-la então, menos palavras;
os fins no infinito
o ar na metade do mar
- porque sem asa não há palvr -
Assim, qualquer raridade
que da coisa se extraia,
- signos não suados
do fio ordinário da fala -
lhe faz metonímia ou metáfora.
Open.
Exit. Êxito. Exílio.
quanto mais digo
me afasto
do que persigo
palavra por palavra
armo
poemas que hesito
por todas as portas
de entrada saiu
do lugar q não existo
melhor calar agora
que ficar
falando em círculos
busco algo
algum alguém
pra além deste q digo
depois do exit
“o céu de baixo da ladeira do São Caetano”
chão cheio de céu:
arranha-céus são nuvens
- lâmpadas estrelam
constelações de luzes
gestam gestos de sol
(a cidade-baixa, toda salpicada de lumes)
manchas fosforescentes de cal
rasgam a epiderme da noite
disso a cidade se acende:
cio-de-lumes
o chão aceso
de néons, vagalumes, brancos
eletritecendo outro céu. (o dos homens)
semáforos, holofotes, lanternas...
vagalumam um trafego decalcado
do carbono dos astros
(essa cosmologia elétrica
- universo-a-luz-de-velas -
me soa mais terna q a eterna
outra astrologia. e mais bela.
pq. dessa posso ao tato, o contato
tê-la mais de pedra, sem mitos
nem misticismos, senti-la matéria.
- gozos da existência concreta)
Sós: luzes e lumes
estrelam este outro
o olho trilha os brilhos
eu ali, entre os astros, vago.
- astronauta do raso.
§§
chão cheio de céu:
arranha-céus são nuvens
- lâmpadas estrelam
constelações de luzes
gestam gestos de sol
(a cidade-baixa, toda salpicada de lumes)
manchas fosforescentes de cal
rasgam a epiderme da noite
disso a cidade se acende:
cio-de-lumes
o chão aceso
de néons, vagalumes, brancos
eletritecendo outro céu. (o dos homens)
semáforos, holofotes, lanternas...
vagalumam um trafego decalcado
do carbono dos astros
(essa cosmologia elétrica
- universo-a-luz-de-velas -
me soa mais terna q a eterna
outra astrologia. e mais bela.
pq. dessa posso ao tato, o contato
tê-la mais de pedra, sem mitos
nem misticismos, senti-la matéria.
- gozos da existência concreta)
Sós: luzes e lumes
estrelam este outro
o olho trilha os brilhos
eu ali, entre os astros, vago.
- astronauta do raso.
§§
Jorge Augusto da Maia, publicou os livretos “poemas de paixão” e “o pulsar” em fevereiro e março de 2006 quando apresentou na Universidade Católica do Salvador o recital “o Pulsar”. Em maio de 2007 publicou pela campanha “+ poesia – fome = cidadania” o livreto “olhografias”. Poemas publicados nas revistas eletrônicas Germina Literatura e Diversos e Afins e texto na revista Cronópios.
ou ainda:
Jorge Augusto da Maia: saravá, saravenha, de mim não arisco um risco. Rio de mim. E Riu. No mais, menos noves fora nada. "Viver é muito perigoso". E eu não tenho espelho em casa. Narciso às avessas. O lago que olho só vejo de venda nos olhos. Saravá. " Só sei q sou quem n sei ". De outra vez me acho e me trago. Prum maior dedo de prosa. Por enquanto só poema.
postagem de gilson figueiredo
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MEDO da Bahia: Salvador é realmente outra coisa, outra vida.
ResponderExcluiré, pela bahia tem poesia caro...
ResponderExcluirvanguarda da desconstrução poética: belíssimo. que salva-dor seja você.
ResponderExcluirSalve Jorge! Seus "diamantes" são o "open" para um céu carente de poesias - ES(TRELAS)PETACULARES -
ResponderExcluirGrande beijo! Bom te L.
Rosângela.