quarta-feira, 26 de agosto de 2009

voyeur, poética do grilo, ideusgrama [gibran sousa]





















tímidas luzes (par)idas n'abajures 
línguas e medos acordam essas mesmas outras luzes
tango-guiando o meu ver.
pêlos d'alma na cama c-O-s-T-u-R-a-M a noite
(de preguiça, de vaivém, de alegria)
tudo ali é "como" e nunca quando
]aqui fora: veludo do vento: chicotaçoite[
(ir) rompe o dia, amanhece tal poesia.
o reflexo vidra meus nus olhos no vidro, embaçado
ou refrata os nus corpos no espelho, [enfocado]
fito a janela com o coraçãozinho escondido
lá dentro: "uuuivos", gritos, gemidos: meu passado:
é o ainda, é o quase, é o d'antes. é você.
meu nome é, porém, sempre:
voyeur

§§
.
.................................edeusdeusue

.............................eu...........................de

..........................se................................us

..........................de...........................us

...............................................es
........................................de
................................uud
...................................eu
...................................se
....................................de
....................................us
.
.....................................ue
.


§§


para ver outros trabalhos clicar aqui.
§§
Gibran Sousa é um artista vário, apesar de ser conhecido como poeta. Formou-se em Farmácia pela UFBA, estuda Letras na UNEB, e abandonou Direito na UniJorge. Criou o Diversital, no qual estão presentes ecos da poesia sonora, concreta e imagista. É profundamente inteligente e desapegado. Realiza uma arte irônica, incomodativa, tensa. Polêmico ao extremo, tanto que foi agredido fisicamente duas vezes devido à sua música, A Bahia. Tem três livros de poesia, um de crônicas e um ensaio filosófico, todos no prelo.
Prefere o palco ao eterno, assim como o instante à estante, mas recorre a todos os formatos. Apesar de ter recebido elogios entusiasmados de poetas como Jorge Mautner, acredita entender mesmo é de filosofia.
Existem muitas lendas sobre Gibran, como a que o diabo não o aceitou num pacto (tem testemunha que confirma), a de um padre se tornar ateu após conhecê-lo, sociedades secretas e outras curiosidades que ele não nega nem afirma, desconversa. Ele fala muitíssimo, mas não nos cansa, seduz. Suas apresentações parecem hipnotizar pelo ritmo-swing dos seus versos, e em algumas dessas, ele inclui performances inusitadas, como um dançarino sapateando ao som de sua poesia, ou quando eu pintei palavras em sua roupa branca que servia de página (ou tela), enquanto ele recitava o que eu deveria pintar. Esporadicamente é convidado para palestrar ou debater sobre cinema.
Quer ter todas as mulheres do mundo, e do jeito que vai, vai. Gostaria de dizer mais, mas mesmo o conhecendo há tanto tempo, sinto que não o conheço, e essa é a sensação de muitos outros para com ele.
Leilane Cedraz (artista plástica)
postagem de gilson figueiredo
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5 comentários:

  1. poética do grilo -- profissão de fé do grilo, diria, -- é poema fascinante.

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  2. Eu cri, e já fui cri-cri..
    Hoje não sei se creio ou se recreio..

    Assim, "Voyeur" com seus "pêlos d'alma na cama" me emociona; contudo, poética do grilo, chacoalha-me por inteiro.

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  3. kakaka k figura. gibran sousa ouvi falar muito desse kara. poemas pesados & inteligentes. & biografia de maluko kakak

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  4. a descrição não poderia ser melhor...

    Adoro o Gibran!

    Rafa.

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